Vilafrancada


A força dos males nacionais, já sem limites, não me deixou escolher: a honra não me permitiu ver por mais tempo em vergonhosa inércia a majestade real, ultrajada e feita ludíbrio dos facciosos, todas as classes da nação com diabólico estudo deprimidas, e todos nós o desprezo da Europa e do mundo, por um sofrimento que passaria a cobardia; e em lugar dos primitivos direitos nacionais que vos prometeram recobrar em 24 de Agosto de 1820, deram-vos a sua ruína, o rei reduzido a um mero fantasma; a magistratura diariamente despojada e ultrajada; a nobreza, à qual se agregaram sucessivamente os cidadãos beneméritos e à qual deveis vossa glória nas terras de África e nos mares da Ásia, reduzida ao abatimento, despojada do lustre que outrora obtivera do reconhecimento real; a religião e seus ministros objecto de mofa e escárnio.
Que é uma nação quando sofre ver-se assim aviltada? Eia, portugueses, uma mais longa prudência seria infâmia. Já os generosos transmontanos nos precederam na luta; vinde juntar-vos ao estandarte real que levo em minhas mãos; libertemos o rei e Sua Majestade livre dê uma Constituição a seus povos; fiemo-nos em seus paternais sentimentos; e ela será tão alheia do despotismo como da licença; assim reconciliará a nação consigo mesmo e com a Europa civilizada.
Acho-me no meio de valentes e briosos portugueses, decididos como eu a morrer ou a restituir Sua Majestade à sua liberdade e autoridade, e a todas as classes seus direitos. Não hesiteis, eclesiásticos e cidadãos de todas as classes, vinde auxiliar a causa da religião, da realeza e de vós todos: e juremos não tornar a beijar a real mão senão depois de Sua Majestade estar restituído à sua autoridade.
Não acrediteis que queremos restaurar o despotismo, operar reacções ou tomar vinganças; juremos pela religião e pela honra que só queremos a união de todos os portugueses e um total esquecimento das opiniões passadas.

S.M.F. El-Rei Dom Miguel

Possibilidades ilimitadas


Por princípio somos aquilo que o nosso mundo nos convida a ser, e as partes fundamentais da nossa alma são impressas nela de acordo com o perfil do seu contorno, como se fosse um molde. Naturalmente, viver não é mais do que lidar com o mundo. As características gerais que ele nos apresentar serão as características gerais da nossa vida. Por isso insisto tanto em fazer notar que o mundo onde as massas actuais nasceram mostrava uma fisionomia radicalmente nova na história. Enquanto no passado viver significava para o homem médio encontrar em seu redor dificuldades, perigos, escassez, limitações de destino e dependência, o mundo novo aparece como âmbito de possibilidades praticamente ilimitadas, seguro, onde não se depende de ninguém. Em torno desta impressão primária e permanente vai-se formar cada alma contemporânea, como em torno da oposta se formaram as antigas. Porque esta impressão fundamental converte-se em voz interior que murmura sem cessar algo assim como que palavras no mais profundo da pessoa e lhe insinua tenazmente uma definição da vida que é, simultaneamente, um imperativo. E, se a impressão tradicional dizia: "Viver é sentir-se limitado e, por isso mesmo, ter de contar com o que nos limita", a novíssima voz grita: "Viver é não encontrar limitação alguma; portanto, abandonar-se tranquilamente a si mesmo. Praticamente nada é impossível, nada é perigoso e, em princípio, ninguém é superior a ninguém".

José Ortega y Gasset in «A Rebelião das Massas».

A Era do Álibi


Os cientistas oficiais preferem explicar o Estado pela luta de classes, o canibalismo pela deficiência em proteínas, a guerra pelas indústrias de armamento e pelo capitalismo, a droga pela falta de amor, o crime pela frustração, e assim por diante. O ciclo cultural que nos integra culminou afinal numa gigantesca Era do Álibi. Tudo está desculpado. Ninguém tem culpa de nada.

António Marques Bessa in «Ensaio sobre o fim da nossa Idade».

O grande mal dos modernos


O grande mal dos modernos é ter perdido o senso comum sem ter aprendido a raciocinar. Isto é de resto apenas uma forma do mal de hoje: o termo-nos desligado do passado sem nos termos adaptado ainda ao futuro.

Fernando Pessoa in «Da República».

Civilização Cristã


Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos príncipes e à protecção legítima dos magistrados. Então o sacerdócio e o império estavam ligados em si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, frutos cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer.

Papa Leão XIII in «Immortale Dei», 1885.

Quem ganha com a adopção gay?

No dia em que o Parlamento português (cuja maioria se diz "de direita") aprovou a adopção de crianças por parelhas de homossexuais, nada melhor do que ouvir Alain Soral, um homem sem papas na língua e que expõe os verdadeiros intentos por detrás da adopção gay em França (e no Mundo):



Nota: Alain Soral não se considera um homem de direita, no entanto também não é um esquerdista típico. Alain Soral representa aquilo que se pode chamar "esquerda do trabalho" e "direita dos valores".

O Nacionalismo em acusação


Sabemos que o nacionalismo está em acusação. Quem o professa ou defende arrisca a reputação perante os "colegas"; é apontado de retrógrado pelos universalistas utópicos, e burguês-tachista, por todos em geral.
O nacionalismo devido a interesses da plutocracia e propaganda capitalista-marxista tornou-se réu. Dificulta negócios. Quando as ideias desta Europa, a única que perdeu a Guerra, são os dólares, as mais-valias e os salários, e onde os jovens se tornam espectadores idiotas (convencidos que são activistas) da derrocada, os utilitaristas podem-se congratular. Mais: quando as nações são encaradas como mercados, e unicamente como mercados, do capital apátrida, tem-se toda a conveniência em que os focos nacionalistas sejam suprimidos.
O nacionalismo, portanto, vê-se atacado numa ampla frente: desde os militantes e simpatizantes comunistas até aos "palermas de café", que falam de cór consoante a propaganda impingida pelos meios de informação onde eles bebem usualmente a "cultura política" com que fazem revoluções radicais.

António Marques Bessa in revista «Política», Fevereiro de 1969.

Os Sete Pecados Mortais da Democracia


Os Sete Pecados Mortais da Democracia: a Soberba Individualista; a Avareza Capitalista; a Luxúria das Palavras; a Ira Revolucionária; a Inveja Democrática; a Gula do Orçamento; a Preguiça Constitucional.

António Pedro in jornal «Revolução», 1932.

1º de Maio, dia de São José Operário


Quantas vezes Nós manifestámos, e explicámos, o amor da Igreja para com os operários! No entanto, propaga-se amplamente a calúnia atroz de que «a Igreja é aliada do capitalismo contra os trabalhadores»! Ela, mãe e mestra de todos, teve sempre particular solicitude pelos filhos que se encontram em condições mais difíceis, e também, na realidade, contribuiu notavelmente para a conquista dos apreciáveis progressos obtidos por várias categorias de trabalhadores. Nós mesmo, na rádio-mensagem natalícia de 1942, dizíamos: «Levada sempre por motivos religiosos, a Igreja condenou os vários sistemas do socialismo marxista, e condena-os ainda hoje, como é seu dever e direito permanente de preservar os homens de correntes, e influências, que põem em risco a sua salvação eterna. Mas a Igreja não pode ignorar, ou deixar de ver que o operário, no esforço de melhorar a sua condição, choca com qualquer engenho que, longe de ser conforme à natureza, contrasta com a ordem de Deus e com o objectivo que Ele assinalou aos bens terrenos. Por mais falsos, condenáveis e perigosos que tenham sido, e sejam, os caminhos seguidos, quem, sobretudo se é sacerdote ou cristão, poderia permanecer surdo ao grito que se levanta das profundezas e, num mundo de um Deus justo, clama por justiça e espírito de fraternidade?».

Papa Pio XII in «Discurso por ocasião da solenidade de São José Operário», 1 de Maio de 1955.