O que fazer?


Finalmente, refiramo-nos ao facto de que o mundo mudou dramaticamente nos últimos dez anos. A velha União Soviética está aparentemente morta; a Eutanásia, o desejo de matar os velhos por lei, aproxima-se da vitória em vários parlamentos nacionais europeus; a SIDA faz tombar pervertidos por todo o mundo, a vingança de uma Ordem Moral ridicularizada e ignorada durante demasiado tempo; o movimento New Age tenta preencher um vácuo espiritual mundial com uma filosofia de vida da treta, que não é mais do que Bruxaria e Satanismo travestidos como um novo e atractivo Modo-de-Vida. Sim, o mundo mudou, e continuará a mudar para pior. Cada dia se torna mais inaceitável, mais insuportável.
(...) A Verdade e os Valores Correctos não estão apenas a desaparecer de vista, mas começam a tornar-se incompreensíveis para um número cada vez maior de pessoas: consequência inevitável de um mundo mergulhado no veneno do Liberalismo de todos os tipos. (...)
Confrontado por todos os lados com injustiça e exploração, o homem comum rezinga: "O que posso eu fazer?". A resposta é assustadoramente simples: LUTAR, LUTAR e LUTAR OUTRA VEZ! Acaba com a baixeza e a cobardia que caracteriza a nossa época. Desfralda os estandartes da Verdade, Heroísmo e Sacrifício. Tornem-se os Guerreiros e Santos que outrora tornaram esta terra digna de amor e respeito. Vive a tua vida para que outros possam viver, e vive [heroicamente]. Lança a Guerra Santa que limpa a alma, purifica a mente e expulsa para sempre os traidores e cobardes do nosso seio! Luta com coragem, determinação granítica e um coração alegre até à Vitória Final!

Derek Holland in Novo Prefácio a «O Soldado Político», 1994.

TV: arma de estupidificação em massa


Ver televisão é a actividade de lazer (ou melhor, não-actividade) preferida de milhões de pessoas em todo o mundo. O americano médio, aos sessenta anos, passou quinze anos em frente a um ecrã de televisão. Passa-se o mesmo em muitos outros países.
Muitas pessoas acham que ver televisão é "relaxante". Observe de perto e perceberá que quanto mais tempo o ecrã for o centro da sua atenção, mais a sua actividade mental se torna suspensa, e nos longos períodos em que está a ver um talk-show, um concurso, uma comédia, ou até publicidade, não há qualquer pensamento gerado na sua mente. Não apenas não se lembra mais dos seus problemas, como se torna temporariamente livre de si mesmo – o que poderá ser mais relaxante que isso?
Ver televisão cria um espaço interior? Torna-o presente? Infelizmente, não. Apesar de, por longos períodos a sua mente possa não gerar qualquer pensamento, está ligada ao show televisivo. A sua mente está inactiva apenas no sentido em que não produz pensamentos. Continua, no entanto, a absorver continuamente pensamentos e imagens que atravessam o ecrã de televisão. Isto induz a uma espécie de transe, um estado passivo de alta susceptibilidade, não muito diferente da hipnose. Por isso, a televisão está ligada à manipulação da "opinião pública". Políticos e grupos de interesse, assim como publicitários, sabem-no e, por isso, pagam milhões de dólares para apanhar o espectador nesse estado de receptividade descuidada. Eles querem que os seus pensamentos se tornem os pensamentos do espectador, e normalmente conseguem.

Eckhart Tolle in «A New Earth», 2005.

O Natal é uma festa pagã?


Alguns ateus, neo-pagãos, ou simplesmente anti-cristãos, gostam de dizer que o Natal (nascimento de Jesus Cristo) é uma usurpação da antiga festa romana pagã do Sol Invicto. Nada mais errado. Pelo contrário, a festividade do Sol Invicto foi introduzida e oficializada pelo imperador Aureliano no século III depois de Cristo, como forma de combater a rápida ascensão do Cristianismo no seio do Império Romano. A 'New Catholic Encyclopedia' de 1967 diz: "A 25 de Dezembro de 274, Aureliano mandou proclamar o deus-sol como o principal padroeiro do Império e dedicou um templo a ele no Campo de Marte". Desde essa data, Júpiter deixou de ser o maior e principal "deus" do Panteão Romano. Este imperador também se auto-proclamou como pessoa divina, mudando assim o costume romano que só reconhecia a "divindade" dos imperadores após a sua morte. O culto do Sol permaneceu como religião oficial até ao imperador Constantino.

Em relação a Jesus Cristo, e para aqueles que duvidam da Sua existência histórica, relembro que o historiador romano Tácito escreveu sobre a condenação e crucificação de Jesus nos Anais do século I. Já sobre as datas relacionadas com o Seu nascimento, morte e ressurreição, recomendo a leitura do seguinte texto: Datas da Concepção, Nascimento, Morte e Ressurreição de Cristo.

Adeste Fideles


Vinde fiéis e acorrei,
Alegres e jubilosos;
Vinde todos a Belém!
Porque este recém-nascido
É o grande Rei dos Anjos:
Vinde todos adorá-lO. (3x)

Abandonando os rebanhos,
Encaminham-se ao presépio,
Os pastores deslumbrados!
Também nós, por nossa vez,
Corramos todos vibrantes:
Vinde todos adorá-lO. (3x)

Ali veremos oculto,
Sob o véu da carne humana,
O eterno esplendor do Pai!
Ao Deus, que Se fez menino,
Envolto em pobres paninhos,
Vinde todos adorá-lO. (3x)

A Quem por nós Se fez pobre,
E jaz em palhas deitado,
Abracemos e aqueçamos
Ao calor dos nossos beijos!
Como ficar sem amar
Àquele que tanto nos ama?
Vinde todos adorá-lO. (3x)

Das alterações na oração do Pai Nosso


O Pai Nosso é a oração que o próprio Cristo nos ensinou. A sua formulação "a qual aprendemos desde pequenos" está avalizada pela tradição da Igreja, e o seu uso perde-se nos séculos e gerações. Talvez nada se deve considerar mais intangível.
Apesar disso, a Igreja do aggiornamento, que alterou substancialmente o rito da Missa, não podia deixar de pôr a sua marca na nossa oração mas íntima e entranhada, nas palavras do mesmo Cristo. Já temos um Pai Nosso conciliar e aggiornato...
Trata-se, ao que parece, de um texto novo, idealizado sob o desígnio da mudança pela mudança, e sabe Deus se com outros desígnios. Vamos ao próprio conteúdo do novo texto.
Substituiu-se nele a petição do perdão de "nossas dívidas" pelo de "nossas ofensas". Mas, dívida e ofensa são o mesmo?
Posso ter dívidas com outro (de gratidão, de apoio, de caridade) e não lhe ter ofendido nunca. Inversamente, alguém pode ser nosso devedor e não nos ter ofendido jamais. O que ofende (causa dano, injuria) contrai, certamente, uma dívida com o ofendido (a de repará-lo), mas nem toda a dívida contém ofensa. A oração do Pai Nosso é de uma tal perfeição, sendo de origem divina, que não se pode alterar uma letra sem prejudicá-la.
Facilmente se compreende o objectivo progressista, se se considera que com a nova formulação, a Virgem Maria não teria podido rezar a oração que o seu Divino Filho ensinou aos homens. Porque a Virgem tinha, certamente, grandes dívidas para com Deus (tê-La criado, tê-La escolhido entre todas as mulheres, tê-La preservado do pecado original, etc), mas jamais cometeu ofensa alguma contra Deus.
Ensinemos, pois, a nossos filhos a oração que aprendemos de nossa mãe, e que Ele mesmo nos ensinou.

Rafael Gambra Ciudad in revista «Roca Viva», Janeiro de 1994.

§

Recebi a confirmação de que o Pai Nosso foi alterado em 1941, sob o papado de Pio XII. Mas não é de admirar que estas alterações sejam anteriores ao Concílio Vaticano II, pois o veneno liberal-modernista foi introduzido em doses menores bem antes da década de 1960. Relembro, por exemplo, o que disse Mons. Lefebvre: 1926 marca na França uma etapa decisiva na "ocupação" da Igreja pela facção católico-liberal.

Não acredite em relativistas


Tradução: Um escritor que diz que não existem verdades, ou que toda a verdade é "meramente relativa", está a pedir para não acreditar nele. Então, não acredite.

O declínio da autoridade


Se é certo que o Mundo perdeu o respeito da autoridade, isso se deve ao facto de o ter perdido, primeiro, na família. Por um singular paradoxo, à medida que o lar ia perdendo a sua autoridade, a autoridade do Estado ia-se, por sua vez, tornando tirânica. Muitos são, hoje, os homens que tendem a inchar, sem conta, peso, nem medida, a sua personalidade.

Mons. Fulton Sheen in «O Primeiro Amor do Mundo».

Intolerância


A intolerância não é estupidez ou fúria cega. Não é mesmo digno de ser intolerante quem não sabe por que deve sê-lo, quem não sabe por que o é. Intolerância é amor da verdade, e tanto da Suprema Verdade, como de qualquer verdade. É a face exterior da convicção, que por sua vez é a face interior da verdade, que, se não depende de nós para ser, só o é para nós quando a procuramos, a amamos, e sabemo-la defender.

Jackson de Figueiredo in «Trechos Escolhidos».

Sem um ideal elevado de vida, perecemos


A natureza humana não pode subsistir sem algum tipo de esperança e de propósito, ou como diz a Bíblia, quando não há ideal, o povo perece.

G. K. Chesterton in «Hereges».

Relativismo: a fraqueza do Ocidente


A fraqueza do Ocidente consiste em não estar seguro de qualquer espécie de verdade. Somos como Pilatos, quando Nosso Senhor lhe disse: «Vim a dar testemunho da verdade, e os que são da verdade ouvem a Minha voz». Pilatos sorriu cinicamente e perguntou: «O que é a verdade?». E voltou-lhe as costas. O seu pragmatismo levara-o a acreditar que a filosofia da vida era um mero expediente e não um princípio.

Mons. Fulton Sheen in «Aprendei a Amar».

A desigualdade é a primeira lei social


Uma sociedade é um grupo de seres desiguais, organizados para fazer face a necessidades comuns. Em todas as espécies sociais a igualdade dos indivíduos é uma impossibilidade natural. A desigualdade deve, portanto, ser considerada como a primeira lei das estruturas sociais, quer nas sociedades humanas, quer em outros tipos de sociedade animal.

Robert Ardrey in «The Social Contract», 1970.

Sobre o 1º de Dezembro de 1640


Quem negará ser o melhor dia de Portugal o primeiro de Dezembro, em que se viu sujeito a Vossa Majestade, e livre do governo d'el-Rei D. Filipe IV de Castela? Não digo que se viu livre Portugal então de um mau Príncipe, porque o decoro que se deve às Majestades, o não permite, nem as excelências pessoais d'el-Rei católico poderão nunca ser menoscabadas. De um mau governo digo, que se livrou justamente, e nesta parte não fica ofendida a católica Majestade, a quem sempre veneraremos, pelo que foi enquanto tolerado Rei deste Reino... Nunca da nação Portuguesa, observantíssima veneradora dos Príncipes que teve, emanarão indecências descorteses, contra a imunidade de Príncipe tão grande. (...)
Nas Crónicas de São Francisco se conta que estando o Seráfico Patriarca em Portugal, vaticinara que nunca este Reino havia de ser unido a Castela. Muitos, que, sem considerar as coisas as desestimam, negavam esta predicação vendo que entrou Filipe II na herança do Reino: mas ainda assim sustentava o doutíssimo Padre Frei Lucas Wandingo, cronista da mesma Ordem, ser verdadeira a profecia do Santo, porque ainda que unidos os Reinos de Portugal e Castela num herdeiro, entre si eram distintos, tanto que os naturais de um Reino se reputavam por estrangeiros no outro; a moeda era diferente e as provisões se passavam em diferentes línguas, em forma que se não podiam chamar Reinos unidos. Intentou nos dois anos passados a soberba Castelhana apertar mais o ponto, e fazer que esta união de Reinos, que havia na pessoa do injusto possuidor, estivesse também entre os mesmos Reinos. Aqui acudiu São Francisco, e mostrou com efeito o entendimento de sua profecia, que era não ser Portugal nunca unido a Castela, e assim quando naquele Reino pretendiam a união de ambos, executámos nós a total separação...

Frei Francisco Brandão in «Discurso gratulatório sobre o dia da feliz restituição e aclamação da Majestade d'el-Rei D. João IV N. S.», 1642.