O fenómeno da "espiral do silêncio"


O termo "espiral do silêncio" foi cunhado pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann para explicar a razão pela qual as pessoas tendem a permanecer silenciosas quando têm a sensação, por vezes falsa, de que as suas opiniões e mundividências estão em minoria. O modelo do conceito de "espiral do silêncio" baseia-se em três características:

1. As pessoas têm uma percepção natural que lhes permite saber qual a tendência da opinião pública, mesmo sem ter acesso a sondagens;
2. As pessoas normalmente têm medo de ser socialmente isoladas ou ostracizadas, e sabem qual o tipo de comportamento que poderá contribuir para esse isolamento social;
3. As pessoas tendem a apresentar receio em expressar as suas opiniões minoritárias, por medo de sofrer isolamento da sociedade ou do círculo social próximo.

Quanto mais alguém acredita que a sua opinião está mais próxima da opinião pública maioritária, maior probabilidade existe que essa pessoa expresse a sua opinião em público. E se a opinião pública entretanto mudar, essa pessoa passará a reconhecer que a sua opinião já não coincide com a opinião da maioria, e terá menos vontade de a expressar publicamente. À medida que a distância entre a opinião pessoal e a opinião pública aumenta, também aumenta a probabilidade de essa pessoa se calar publicamente.

Os mass media são um factor essencial no estabelecimento da "espiral do silêncio", na medida em que formatam a opinião pública. Perante uma opinião pública formatada, as pessoas que não concordam com a mundividência emanada da comunicação social, tendem a entrar em "espiral do silêncio" – muitas vezes constituindo uma "maioria silenciosa".

Fonte: «Sofos: Expressões Filosóficas».

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